O Museu Jacquemart-André não está na lista dos mais conhecidos museus de Paris. Confesso que eu nunca tinha ouvido falar nele, mas fico muito grata por ter sido apresentada pela minha mãe, minha acompanhante nesta viagem. Neste post, você vai saber por que vale a pena incluir o Museu Jacquemart-André na sua lista de lugares para se visitar em Paris. Mais do que uma simples visita, esta atração é uma história de amor.
Era final de tarde e chovia em Paris quando chegamos ao museu. Tínhamos uma hora para visitar todos os cômodos, por isso não foi possível pegar o audioguia, gratuito para as exposições permanentes, e acompanhar com mais detalhes essa linda mansão - um verdadeiro palacete. Mesmo assim, não desistimos e a visita valeu a pena mesmo que tenha sido corrida.
Da rua, vemos só um grande muro, que esconde o que realmente nos espera. O acesso ao museu se dá pela garagem, transmitindo mais um pouco de suspense à visita. A bilheteria está anexa à loja, que vende itens de tudo quanto é tipo, bijuterias, livros de arte, pequenas lembranças/souvenirs, artesanatos, xícaras, enfim, é muito fácil sair de lá com uma sacolinha. Mas só se passa pela loja ao final da visita, como é comum em qualquer outra atração.
A primeira surpresa (o primeiro ‘uau’), vem quando saímos da bilheteria e precisamos cruzar o jardim para adentrar ao casarão. Aí já temos a ideia do luxo e da riqueza que fazia parte da vida deste casal. É um convite a viajar no tempo e conhecer mais da história que envolve esse lugar. O cenário é de pura poesia.
Jardins de acesso ao palácio de Edouard e Nélie
Nascido em 1833, Edouard André era filho único e herdeiro de uma família de banqueiros protestantes. A partir de 1860 desenvolveu uma paixão por colecionar obras de arte, começando com pequenas peças de prata, cerâmica e tapeçarias, partindo para quadros.
Em 1876 foi inaugurada a mansão de Edouard na Boulevard Haussmann, região onde a aristocracia imperial escolheu para habitar. A construção se iniciou em 1869 e foi cuidadosamente acompanhada por Henri Parent, um especialista em arquitetura tradicional.
Grande salão
Salão de Pinturas
Salão das Tapeçarias
Salão de música com detalhe nos afrescos lá no andar de cima
O desejo de ter um retrato seu pintado, fez com que Edouard André chegasse até àquela que viria a ser a sua amada, a talentosa retratista Nélie Jacquemart. Eles se casaram em 1881 por conveniência por questões religiosas e devido aos seus antepassados de diferentes posses. Mas esta foi uma feliz união que, ao invés perpetuar com filhos, os tornou devotos do projeto comum de colecionar arte. Nélie apoiou totalmente a ideia de Edouard em criar um museu e exibir a sua coleção posteriormente.
Boa parte da coleção do casal foi adquirida durante as frequentes viagens que faziam. Parte desta coleção chegou a ser vendida por Edouard em benefício de fazer caridade.
Sala de trabalho com o retrato de Nélie Jacquemart sobre a mesa
Sala do fumo
A morte de Edouard André, em 1893, aos 60 anos, deixou Nélie transtornada. O primo de Edouard desejava recuperar a sua fortuna, mas foi para Nélie que o Edouard deixou seus bens em testamento. Ela saiu vitoriosa nesta briga e partiu para uma volta ao mundo, nunca desistindo de sua coleção de arte.
O magnífico jardim de inverno
Detalhes da escadaria do jardim de inverno
Nélie Jacquemart cuidadosamente catalogou todos os itens da coleção do casal e idealizou o que viria a ser o museu que hoje visitamos. Ela veio a falecer em 1912 e, no ano seguinte a mansão virou propriedade do Instituto da França conforme Nélie havia estipulado. A inauguração contou com a presença do presidente da França, Raymond Poincaré e desde então foi um grande sucesso. Desde 1996, o museu é administrado pela Culturespaces.
Quarto da madame
Ante-quarto da madame
Durante a nossa visita, tivemos do prazer de conseguir apreciar a exposição L'atelier en Plein Air - Les Impressionnistes en Normandie (Estúdio ao ar livre) – disponível para visitação até o dia 25 de julho. A exposição acontece no primeiro andar do museu e reúne cerca de 50 obras que grandes impressionistas fizeram a partir de suas perspectivas da região da Normandia. Entre elas, pudemos ver obras de Monet, Gauguin, Renoir, Boudin, entre outros. Esta era a única área onde não era permitido fotografar... Os que tiverem a oportunidade de visitar o Jacquemart-André a partir de 16 de setembro e até janeiro de 2017, terão a oportunidade de ver obras de Rembrandt.
Quarto do homem
Ante-quarto do homem - com a foto de Edouard André ao centro
Dica de Biela... O museu fica próximo à Champs Élysées, uns quinze minutos andando a partir do Arco do Triunfo. Tente conciliar a sua visita com estes pontos turísticos e, se der, desfrute as delícias no café do museu.
Café do Museu (Salão de Chá) - foto de Sofiaco
Museu Jacquemart-André
Endereço: Boulevard Haussmann, nr. 158 - Paris, França
Horário: todos os dias, das 10h às 18h e segunda-feira até 20h30
Preço: 12 Euros
Site oficial: aqui
.Como chegar:
Metrô: Linhas 9 e 13 - estações Saint-Augustin, Miromesnil ou Saint-Philippe du Roule
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Que lindo Gabi!!! Nunca tinha ouvido falar!
ResponderExcluirLindo mesmo! Lamento ter ficado pouco lá...
ExcluirÉ incrível como sempre conseguimos conhecer lugares diferentes (e maravilhosos) mesmo nas cidades que já visitamos diversas vezes né? Este museu parece bem bonito mesmo.
ResponderExcluirVerdade! E Paris tem muito disso, toda a visita pode ser diferente!
ExcluirMesmo eu que morei em Paris eu não conhecia esse museu, lindo! Muita riqueza nesse palacete!
ResponderExcluirÉ muito lindo mesmo!
ExcluirImpressionada como Paris tem tanto museu! Não conhecia esse até você me apresentar aqui rs
ResponderExcluirLindo!
sabe que tenho gostado cada vez mais de visitar museus? E estes que contam a vida de pessoas, são muito interessantes! ;)
ExcluirUau, que dica legal. Eu vou já passar o link deste post para a minha irmã que é a louca dos museus e está com viagem marcada para Parrí :)
ResponderExcluirLegal, tomara que ela consiga visitar o museu! ;)
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