Distante a 75 quilômetros de Paris, Giverny foi onde o pintor Claude Monet viveu e se inspirou até final dos seus dias. Visitar os Jardins de Monet é um belíssimo passeio bate e volta para ser incluído no roteiro de viagem para quem for a Paris. Aqui você encontra todas as dicas e informações que precisa para planejar esta visita: como ir, o que ver e muito mais!
O que vi em Giverny
Para visitar a casa e os Jardins de Monet é preciso programação, pois ele só é aberto ao público durante sete meses por ano – de março até novembro. Anualmente, recebe milhares de visitantes, então, o ideal é chegar na hora de abertura do jardins para poder apreciá-los sem muita gente. Conseguimos chegar cedo e mesmo assim, tinham alguns grupos aguardando para entrar nos Jardins junto conosco.
A visita começou pelo Jardim das Águas, onde está a ponte verde da foto. Este espaço foi comprado por Monet dez anos após a sua chegada em Giverny. As terras ficavam do outro lado da rua e as suas águas provindas do Epte, afluente do Rio Sena. Com o apoio local, Monet idealizou e cavou o lago, mesmo que os seus vizinhos fossem contra, pois pensavam que as estranhas plantas que cultivava poderiam poluir as águas. A inspiração para este lago veio da coleção de pinturas japonesas que Monet amava e que em muito o influenciou em suas obras. O verde da ponte foi escolhido para diferenciar a tradicional cor vermelhas das pontes japonesas.
Monet se inspirava pelo reflexo das águas e era apaixonado por flores. Com o tempo, desenvolveu paixão pela botânica e isso trouxe ainda mais riqueza aos seus jardins. Em todos os sentidos. Foi ideia do pintor colocar as ninfeias no lago (flores da família da vitória-régia). O que se encontra em seus jardins não é nada parecido com a vegetação tipicamente encontrada nos arredores. Os caminhos por onde os turistas seguem foram pensados para que todos possam admirar a beleza dor jardim por diferentes perspectivas e, desta forma, poder sentir o encantamento do lugar, da mesma forma que sentia Monet.
Essa visita ocorreu no final do mês de maio. Tivemos azar de pegar uma virada no tempo que fez com que chovesse enquanto ainda estávamos pelos jardins. Vocês poderão ver as gotículas de água nas fotos. Chuva atrapalha, mas não espanta. Proteja a lente da câmera e vá adiante!
Saindo do Jardim das Águas, precisamos atravessar um túnel subterrâneo para acessar o Jardim Clos Normand, que fica em frente à casa de Monet. Este espaço foi um pomar em seu início e, com o tempo, as árvores frutíferas foram sendo cultivadas juntamente com muitas espécies de flores, desde as mais simples até as mais raras.
O Jardim Clos Normand é dividido em duas partes, separadas por um caminho com arcos de ferro preparados para que as roseiras os cubram quando crescerem. São muitos os canteiros. Verdadeiros aglomeradas de flores de diferentes alturas e tipos para que eles tenham volume. Monet idealizou estes canteiros reunindo as flores de acordo com às suas cores e a ideia era, justamente, que elas crescessem de forma desorganizada.
Cada estação do ano reserva um espetáculo particular, pois são muitas as espécies de flores ali cultivadas. Para saber que tipos e cores encontrar na sua visita, o site da Fundação Monet traz o detalhamento mês a mês.
A visita à casa do Monet foi extremamente rápida, mal tive oportunidade de observar alguns dos muitos detalhes que ela possui. Nesse momento, tinham muitas pessoas comigo, além de turmas escolares. Provavelmente por conta deste movimento, alguns cômodos estavam com àquelas faixas que só nos permitiam ver o interior pela porta. Apesar de muitas obras penduradas e pouco tempo, deu para ter uma breve ideia de como seria na época de Monet.
A visita começa pela sala azul de leitura e por outra que uma vez serviu de estúdio para Monet. Não deixe de olhar para todos os lados, pois cada canto reserva algum detalhe. Subindo as escadas, chegamos nos quartos. Começamos pelo de Monet e, em seguida, passamos pelo de Alice, sua esposa. Os demais cômodos deste andar, mal me lembro, de tão rápido que foi.
Retornando ao térreo, a ampla sala de jantar amarela nos deixa respirar um pouco os ares dos tempos passados. Ela foi restaurada com precisão e ali está a coleção de peças japonesas que tanto inspirou e influenciou Monet em suas obras. São muitos os detalhes neste cômodo. A seguir, está a cozinha. E que bela. Toda em azulejos azuis que contrastam com panelas de cobre e janelas com vista para o jardim. E dali me direciono apressadamente para a saída.
Como muitos passeios, este também termina em uma bem estruturada loja. É possível comprar livros sobre Monet e sobre o Impressionismo, artigos de papelaria, guarda-chuvas, caixinhas e muitos outros itens de lembrança. Também há um amplo restaurante – As Ninféias, que não consegui chegar perto.
Mas a propriedade não foi sempre intacta ...
Monet viveu em Giverny de 1883 até 1926. Após à sua morte, a propriedade ficou de herança para o seu filho aventureiro, Michel, mas foi a enteada de Monet que tomou conta das coisas, juntamente com o jardineiro Lebret. Com a morte de Blanche, logo após a Segunda Guerra Mundial, jardins e casa foram abandonados. Michel Monet veio a falecer em 1966 e, sem herdeiros, deixou os seus bens para a Academia de Belas Artes, que somente obteve recursos para certa manutenção com a exposição das coleções de pinturas e estampas no Museu Marmottan, em Paris. E estas ações não livraram a propriedade da degradação.
Em 1977, a propriedade em estado caótico é confiada a Gérald Van der Kamp que, com a ajuda da sua esposa, consegue levantar fundos para dar início aos trabalhos de restauração, que levou quase dez anos para ser finalizado. Este trabalho de reconstrução e restauração de jardim, casa e obras foi árduo e contou com muitas doações, principalmente vindas dos Estados Unidos. Em 1980, é criada a Fundação Claude Monet e neste mesmo ano a propriedade foi aberta ao público, para a nossa alegria.
Como ir de Paris até Giverny
Acabamos optando por ir visitar os Jardins de Monet de excursão de um dia com a France Tourisme, junto com o Palácio de Versalhes, que seria feito na parte da tarde (aproximadamente 100 Euros). Compramos o passeio na loja, que fica em pertinho do Louvre e foi de lá que saímos no horário planejado. Durante o caminho, a guia conta um pouco das particularidades de Giverny e nos deixa livre durante o passeio, apenas marcando horário para o retorno.
Se eu recomendo fazer esta excursão? Sinceramente não. Nada em desabono ao serviço da Agência. A opinião é totalmente particular. Tivemos praticamente uma hora só para visitar a casa e os jardins e eu achei, deveras, muito corrido. Vale mencionar que o trânsito de Paris é caótico, então, esse fator ainda pode influenciar no passeio. E neste caso, os passeios distintos, então, após Giverny, era preciso retornar à Paris, arrecadar os novos participantes e sair novamente para Versalhes.
E dá para ir por conta? Claro! Vou voltar um dia desta forma...
O trajeto Paris até Giverny precisa ser feito de trem e ônibus. Vá até a Estação Saint Lazare (Gare St. Lazare) e pegue o trem com destino final em Rouen. Desça em Vernon, que é a estação mais próxima.
Na saída da estação, estará a parada dos ônibus que vão para Giverny. O caminho de volta é igual. Fique atento aqui, pois é importante cuidar com os horários dos últimos trens. Com base em 2016, para ida e volta, a passagem de trem custa 29,70 Euros e o ônibus 8.
A Denise, do Viajante Solo, detalha bem direitinho este trajeto em seu blog.
Quanto aos ingressos, é recomendável comprar com antecedência no site da Fundação Monet. Assim, você evitará filas.
Visitas guiadas para grupos pequenos têm duração de 1h30, precisam ser previamente reservadas e é cobrado uma taxa conforme a quantidade de pessoas no grupo, geralmente esta atividade custa 20 Euros. Gostaria muito de voltar e poder ouvir as histórias destes vinte e poucos anos de Monet por Giverny.
Jardins de Monet – Giverny
Endereço: Rua Claude Monet, 84 - Giverny, França
Horários: 25/março até 1/Novembro – abre todos os dias das 9h30 às 18h (portões fecham às 17h30)
Preços: entrada inteira – €10,20 – grátis para crianças até 7 anos e €7,20 para estudantes
Site oficial: fondation-monet.com
Use essa # e veja mais fotos no
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Que delicia de cores. Fomos em abril e eram outros tons. Com isso concluo que preciso retornar, muitas e muitas vezes, para ver todas as fases, em detalhes. Amei. BjO!
ResponderExcluirEstou contigo! Também quero voltar e o seu post me inspirou também! ;)
ExcluirGente, que coisa mais linda. Precisa entrar para minha lista na próxima viagem a Paris. Mas infelizmente sem data :(
ResponderExcluirAmei o post.
Um dia, quem sabe... obrigada pela visita!
ExcluirEsse passeio é demais mesmo!!! Imperdível para fãs de Monet ou não!
ResponderExcluirDefinitivamente, preciso voltar em um dia de sol!
ExcluirSempre quise conhecer esses jardins e nunca consegui porque sempre vou a Paris no inverno. Paula Brum já tinha me matado de inveja com o post dela e você só fez multiplicar essa invejinha rss
ResponderExcluirPasseio lindo, fotos lindas e post tudo de bom ;)
Bom demais, que quero voltar! Amo jardins!
ExcluirO lugar é bonito mesmo né? Eu adoro visitar jardins, e este com certeza esta entre os mais famosos e desejados da minha lista.
ResponderExcluirQuando fui a Paris fiquei só no básico. Que arrependimento! Deve valer muito a pena conhecer esse lugar. Mais um motivo pra voltar!
ResponderExcluirNesta última vez tive a sensação de que dá para voltar inúmeras vezes para Paris, sem precisar repetir nada! Tem muita coisa pra fazer! ;)
ExcluirBelo lugar! realmente o tipo de lugar que gosto de visitar.
ResponderExcluirCalmaria... :)
Tirando a quantidade de turistas, sim... é uma paz! ;)
ExcluirLindo passeio. Já fomos.
ResponderExcluirMorro de raiva de mim pq já fui duas vezes a Paris e nunca consegui encaixar uma ida a Giverny. Como Paris está sempre nos planos, na próxima farei com certeza. Lindo demais!!!
ResponderExcluirE quando fui, choveu... acho que também preciso voltar algum dia! ;)
ExcluirLindos Jardins, as fotos ficaram excelentes!
ResponderExcluirObrigada, Luan! ;)
ExcluirMenina de deus, que lugar dos sonhos é esse?! Vou colocar como meta para o ano. Amei!
ResponderExcluirBoa meta, Alessandra! ;)
ExcluirFiquei morrendo de vontade de conhecer! As fotos estão simplesmente divinas!
ResponderExcluirQue passeio mais lindo! Repleto de cores e paisagens lindas! Deve ser uma bela experiência!
ResponderExcluirÉ incrível e cada estação o jardim está diferente. Escolha a sua! ;)
ExcluirExtremamente interessante o post. Monet é um pintor que aprecio bastante. Por acas o bem há pouco tempo descobri mais sobre ele ao ver um filme. No filme aparecia este local :)
ResponderExcluirVou procurar saber sobre esse filme! Fiquei com vontade de assistir!
ExcluirObrigada pela dica! ;)
Esse lugar é demais mesmo. Quase que o Cleber me pediu em casamento aí, hehehe. Mas adorei as suas fotos, mesmo com chuva. As flores com as gotinhas ficaram lindas, tudo tem seu lado bom, né? Choveu um pouco, mas pelo menos você tem essas fotos que ficaram bem originais. Beijão.
ResponderExcluirSeria lindo o pedido ali também! Obrigada pela sensibilidade de sempre!
ExcluirBjs
Oi Gabinete, excelente post, deu vontade de voar pra lá, agora.
ResponderExcluirAbraço.
Obrigada, Alessandra! ;)
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